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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Rainha das Águas

       Saudações á Iemanjá, protetora dos oceanos e serva da grande Mãe Terra. Seu dia é comemorado em 02 de fevereiro, em quase todas as praias do litoral brasileiro.

Regularize o bom senso


           Ao longo das décadas os meios de comunicação, o Estado e a própria sociedade vêm mantendo, sem surtir o efeito esperado, uma postura de repressão total ao consumo da maconha, erva originaria da Ásia e também utilizada no passado para a confecção de roupas, cordas e preparação de alimentos. Sem adentrar aqui na plataforma da apologia, quero tão somente fazer uma breve alusão ao emprego místico-religioso da planta em tribos de diversas etnias, para contrabalançar um pouco o estigma da criminalidade que a acompanha.
          Talvez a figura mais ilustrativa a esse aspecto que tento discutir refere-se ao pajé, elemento de vital importância na organização tribal. É de conhecimento notório que ele ocupa, ao lado do cacique, chefe militar, papel incontestável na tomada das principais decisões que determinam o destino dos grupos indígenas. Através de visões, são eles quem indicam direções á tomar e remédios naturais contra todo tipo de mazelas, desempenhando, portanto, papel de médicos e guias espirituais perante os seus irmãos de raça. Os pajés atingem o estado mental ou transe que possibilitam as suas curas, utilizando diversas ervas ingeridas como bebida ou inaladas como fumo. As variações dependem das tradições de cada tribo. A maconha, cientificamente conhecida como cannabis sativa, pertence a esse grupo de ervas, para eles sagradas, que conduzem os curandeiros a um universo de intuições e revelações. Por outro lado, a utilização é controlada, partindo do próprio pajé a decisão de compartilhar ou não o seu cachimbo sagrado com alguém.
        
  

            Falar em religião é um tema bastante complexo, que pode ser discutido em outras circunstâncias e local. Limito-me aqui, sem defender ou condenar crenças tribais, a questionar a postura totalmente repressora e imparcial que generaliza a erva em questão como “coisa de bandido” A solução para esse mega-problema que é o tráfico de drogas, a meu ver, nascerá quando mais canais de discussões forem abertos para chegarmos a um consenso sobre o que é de fato crime. Existem pessoas “do bem”  que consomen-na e isso não pode ser ignorado.