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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Como é que voce faz pra conseguir?



         


        Como é que você faz pra conseguir,
         Onde é que você vai pra pegar um pouco?
         Qual é o ônibus que se pega, afinal?
         Pra que lado fica o morro?
         Perguntas que te martelam, sempre que a paz acaba.
         Aonde  eu acho o que é bom?
         Quem pode me indicar um amigo?

          A vontade é forte, chega a ser grande.
         Não me separo da brisa.
         Vou a luta e corro perigos, mas meu sonho se realiza.
         Tudo é festa pra mim, até o estoque acabar.
         E lá vou eu outra vez,
         Passa dois, três, quatro mês...
         mas o desfecho é certo.
         Quem tem, quem passa por perto?
         Quem sabe lá no Bar do Beto...

          Tenho me arriscado bastante,
          em nome dessa minha paixão.
          Tenho ido até o chão,
          pra conseguir aquilo que eu quero,
          financiando violência,
         compartilhando hipocrisia,
         engrossando estatísticas,
         enganando-me a mim mesmo

          Bala perdida, troca de tiros, acerto de contas na favela
          Viatura, revista, mão na parede, entrega logo a parada.
          Não  haverá acaso, alguma outra solução?
          Onde acho um novo patrão?
          Qual é o jeito que você arruma,
           pro teu desejo saciar?
          É preciso comprar, é fato, você não nega.
          A brisa que te carrega,
          não pode deixar de soprar.

          Mate a minha curiosidade,
          se isso não for indiscreto.
         Gostaria de saber, se é que você não se importa.
         Você bate em qual porta,
          quando fica sem direção?
          Consumido pela vontade, de tê-la só pra relaxar.
          Acabou, tem que pegar.
         Onde é o cara que tem?
         Onde é que você vai buscar,
         a erva que te deixa louco? 



                                                                   Cesar S. Farias

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sentimentos confiscados





           Todo escritor vai percebendo, ao longo da sua carreira literária, a cada novo livro, detalhes que antes não considerara atentamente na estruturação física da obra. Começo a minha primeira resenha do ano, admirando-me perante a singeleza e expressividade que uma capa é capaz de imprimir à um desabafo escrito. Tal qual o príncipe que abandonou tudo para contemplar a própria alma refletida na pequena piscina de um oásis, retratado no filme "Bab'Aziz", do diretor tunisiano Nacer Khemir, a moça da capa parece efetivamente enxergar na clareza e transparência do mar um video-tape da própria vida.
          E é isso o que Jacqueline Aisenman faz magistralmente em seu décimo livro (espero ter acertado na conta), "Sentimentos confiscados", que tem por um lado, a autenticidade histórica de um diário adolescente e por outro a despreocupação cronológica do experimentalismo poético. A obra vem a ser um apanhado de textos curtos e mini-contos sem quase nenhuma ligação entre si, aleatoriamente ordenados, casualmente aproximados, deliciosamente misturados. Esse formato tão peculiar, convida os navegantes à uma degustação pausada, despreocupada e sem maiores compromissos com prazos de entrega. Tal liberdade de estilo, própria de uma autora vacinada contra toda espécie de convencionalismos intelectuais, sopra-nos uma suave brisa, que transporta as nossas atenções para o que realmente importa: Entender as raízes dos nossos sentimentos. (mesmo que isso seja praticamente impossível)
          A intuição feminina à flor da pele dessa catarinense de Laguna, lapidada pelo divino dom da maternidade, confere-lhe uma autoridade ímpar nas coisas da vida, presenteando o leitor com impressões pessoais algumas vezes provocantes. Somos amorosamente estimulados, á cada texto, à revermos as nossas próprias verdades intocáveis, que permanecem preguiçosamente repousadas naquele compartimento interno chamado entendimento. Jacqueline, sem a pretensão de impor dogmas existenciais, convida-nos à uma pausa na insana correria do dia-dia, através de pequenas histórias e reflexões intimistas mas de fácil assimilação. É esse, segundo penso, o principal compromisso que devem assumir os apologistas da democratização da escrita, simplificando toda excessiva frescura que afaste novos leitores.
          No livro, em doses condensadas, encontramos crônica, romance, comédia e drama, numa insofismável demonstração das múltiplas ramificações criativas da escritora, que parece de fato não se importar em fazer parte exclusiva desse ou daquele gênero literário. São os seus sentimentos, e nada mais, quem ditam-lhes a próxima trilha à seguir e a maneira de se expressar perante as próximas páginas ainda em branco. De Jacqueline, com efeito, podemos esperar com grata expectativa, o inesperado.
          Tomo a liberdade de colocar "Sentimentos confiscados" na categoria das obras fadadas á serem lidas e relidas. Chegamos à última página com a sensação de termos mergulhado fundo nas recordações pessoais de uma amiga, passando a admirá-la e conhecê-la melhor. Intimidade, transmitida com tamanha fluidez, poucos conseguem fazê-lo. É coração na ponta da caneta.
  

                                                                           Cesar S. Farias




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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Dia dos Santos Reis

 
No dia 06 de janeiro comemora-se o dia de Reis, que na tradição cristã foi o dia em que os três reis magos levaram presentes a Jesus Cristo.
Cada um dos reis magos saiu de sua localidade de origem, ao contrário do que pensamos - que viajaram juntos.
Baltazar saiu da África, levando para o menino mirra, um presente ofertado aos profetas. A mirra é um arbusto originário desse país, onde é extraída uma resina para preparação de medicamentos.
O presente do rei Gaspar, que partiu da Índia, foi o incenso, como alusão à sua divindade. Os incensos são queimados há milhões de anos para aromatizar os ambientes, espantando insetos e energias negativas, além de representar a fé, a espiritualidade.
Melchior ou Belchior partiu da Europa, levando ouro ao Messias, rei dos reis. O ouro simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses.
Em homenagem aos reis magos, os católicos realizam a folia de reis, que se inicia em 24 de dezembro, véspera do nascimento de Jesus, indo até o dia 06 de janeiro, dia em que encontraram o menino.


A folia de reis é de origem portuguesa e foi trazida para o Brasil por esses povos na época da colonização.
Durante os festejos, os grupos saem caminhando pelas ruas das cidades, levando as bênçãos do menino para as pessoas que os recebem. É tradição que as famílias ofereçam comidas aos integrantes do grupo, para que possam levar as bênçãos por todo o trajeto.
Os integrantes do grupo da folia de reis são: mestre, contramestre, donos de conhecimentos sobre a festa, músicos e tocadores, além dos três reis magos e do palhaço, que dá o ar de animação à festa, fazendo a proteção do menino Jesus contra os soldados de Herodes, que queriam matá-lo. Além desses personagens, os foliões dão o toque especial, seguindo o cortejo.
Uma tradição bem diferente da nossa acontece na Espanha, onde as crianças deixam sapatos nas janelas, cheios de capim ou ervas, a fim de alimentar os camelos dos Reis Magos. Contam as lendas que em troca, os reis magos deixam doces e guloseimas para as crianças.
Em alguns países fazem a comemoração repartindo o Bolo Rei, que tem uma fava no meio da massa. A pessoa que for contemplada com a fava deve oferecer o bolo no ano seguinte.
Na Itália a comemoração recebe o nome de Befana, uma bruxa boa que oferece presentes às crianças. No país não existe a tradição de se presentear no dia 25 de dezembro, mas no dia 06 de janeiro, dia de reis.
O dia de reis é tão importante na Europa que se tornou feriado em todo o continente.



Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola