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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Hot Players Crew



          


        Em tempos de Copa do Mundo, mensalão, paralisações, confrontos, choques de opiniões e rolezinhos somos todos obrigados, queiramos ou não, à assumirmos alguma posição frente aos absurdos dos noticiários. O rock, em meados dos anos 60 e 70's, assumiu naturalmente o posto de música-protesto, encravando-se na mente da juventude daquela época, como um grito de basta à hipocrisia da sociedade. O estilo, apesar do passado glorioso e salvo algumas raríssimas exceções, perdeu a força de rugir como fera que incomoda, sendo substituído à altura por um certo som importado das periferias. O rap é atitude, o rap é a voz dos sem voz, rap é Hot Players Crew. Música contestatória, olho no olho, sem meias palavras ou papas na língua.
          Cada Passo um Plano, segundo trabalho desses guris de Eldorado do Sul (12 Km de Porto Alegre), é um dardo pontiagudo e afiado contra preconceitos, mentiras e distorções de conduta cristalizados em nossa sociedade. Dificilmente escutaremos os nossos rebeldes rockeiros contemporâneos compondo coisas como "Bem vindo a selva", na qual a autoridade do mau policial é desafiada sem hesitação. Tenho sérias dúvidas se, em contrapartida, encontraremos nos versos de paradas tipo "As 10 mais da Jovem Pan", petardos tão impiedosos contra o moralismo hipócrita como "Os muleke zica", faixa em que o estilo característico dessa dupla de rappers se faz presente, firmando a identidade e pulsação toda própria que eles imprimem em sua batida. Seguindo a linha de comparações com o cenário pop nacional, onde encontrarei uma alusão tão clara a uma certa erva proibida e mal vista, como em "Com Ret na Street" e "Meu Ideal", onde o direito de fumar um, na paz, com o suor do próprio trabalho, é reivindicado sem omissões ou medo de represálias. A diversão, a balada e a paquera não são, igualmente, negligenciadas, proporcionando-nos momentos de descontração e machucando corações apaixonados. "Ela é" e "Malvada", batidão provocante como o próprio nome, são a prova material de que  rapper também ama.
          Não bastassem as credenciais que o próprio estilo possui, na linha de frente contra as injustiças sociais, Diego Ret e Bruno Street gozam de um ótimo entrosamento vocal, revezando-se em versos ora velozes, ora cadenciados, que fazem a cabeça dos manos entregarem-se à mensagem positiva e motivadora do Hot Players Crew. A qualidade faz-se evidente em todas as faixas, que contam com participações especiais de ícones do rap gaúcho como Hantaru, Primo & Fred e Mano B, autenticando ainda mais o competente trabalho da dupla, que parece ter fincado firmemente os pés no solo que lhes pertence dentro da cultura Hip-Hop.

          Há espaço, de fato, à várias e diversificadas estrelas. Basta que cada uma delas ocupe o seu lugar de direito. É isso que Hot Players Crew faz quando ressurge nesse segundo Cd, um manifesto sonoro amadurecido e consciente, de mentes jovens que clamam por mudanças versando algo do tipo:

                                     "...e foda-se se eles não tocam o nosso rap lá,
                                       só quero aqui a minha mensagem passar,
                                       tipo carteiro, que vai de casa em casa,
                                       e não descansa até a mesma ser passada."

                                   
                                      "... Tem que ter disposição na fita e foco na
                                            missão,
                                            Progresso, esse é o decreto, queremos
                                            revolução."

          A música genuínamente popular é assim, não conta com a mídia para chegar ao apreciador. O Cd ou livro independente conta apenas com o esforço pessoal do artista e a identificação imediata do público alvo, seja nas esquinas, botecos, centros comunitários, blogs e outros espaços alternativos. Com A Cada Passo um Plano, usando a própria terminologia dos gurizes, não é diferente:
                                           " Adquiriu, ouviu, curtiu, viu, eu avisei..."

            Se o assunto é fugir do comodismo, volte-se para o rap.

                                            "Se é isso que voces qué, então toma aí."   


                                                                           Cesar S. Farias


             O Cd pode ser adquirido em Porto Alegre na Loja Ponto Favela- 4º andar da Hipo-Fábrica- Centro  ou pelo endereço eletrônico hotplayerscrew@outlook.com  

                                                           
          
                   

                    

sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Dia da África



O que foi a Conferência de Berlim?

Foi uma reunião  política  que aconteceu entre entre  19 de Novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885 (final do século XIX),  na cidade de Berlim, capital da Alemanha,   com a participação de 14  países, para  dividir o continente africano entre  eles.  Essa divisão recebeu o nome de Partilha da África. Os países que participaram dessa divisão  foram:   Portugal, Espanha, Inglaterra,  França, Holanda, Bélgica,  Alemanha, Itália,  Dinamarca,  Suécia,  Rússia, Império Otomano (atual Turquia),   Império Austro- Húngaro (atuais Áustria e Hungria) e até os Estados Unidos da América. 
O objetivo da Conferência foi  organizar  e definir as  regras de ocupação da África pelas potências coloniais europeias, ou seja,  quais territórios   caberiam a cada um desses países.   Os povos africanos não foram convidados  para a festa, claro, e esse novo  processo de exploração durou quase 100 anos. 

A Conferência de Berlim foi proposta por Portugal e organizada pelo Chanceler alemão Otto von Bismarck.  O Império Alemão não possuía colônias na África mas, tinha esse desejo. Passou então, a administrar o  "Sudoeste  Africano” (atual Namíbia) e o Tanganica. Os Estados Unidos possuíam uma colônia na África, a  Libéria, comandada por ex-escravos.  Os países europeus que não foram “contemplados” na divisão da África, se sentiram agraciados, pois  eram potências comerciais ou industriais, com interesses indiretos no continente.



25 de Maio é o Dia da África. A data foi instituída pela “Organização da Unidade Africana” (OUA) em 1963, na cidade de Addis-Abeba, capital da Etiópia,  país situado a nordeste do continente. O objetivo é  comemorar  o Dia da  Libertação da África.  Naquele   25 de Maio, reuniram-se em Adddis-Abeba líderes de 32 países africanos, que assinaram a carta  que   declara a  Libertação  da África  contra a subordinação  imposta pelos europeus. A Partilha ou divisão da  África entre os europeus foi   definida pela Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, e  significou a apropriação pelos europeus  das  riquezas humanas e naturais do continente.
  
A Organização das Nações Unidas (ONU) vendo a importância daquele  encontro de 1963, instituiu em 1972  o 25 de Maio  Dia da Libertação da África.
O 25 de Maio  tem profundo significado na memória coletiva dos povos do continente africano, pois simboliza a luta  por sua  independência e emancipação política.   A criação do Dia da África configurou-se no maior compromisso político de seus líderes, para  acelerar o fim da colonização européia no  continente e do regime segregacionista do Apartheid, na República Sul Africana, país situado no extremo sul do continente. O Dia da África é a manifestação do desejo de aproximadamente 800 milhões de africanos de organizar uma África  com seus governos,  sonhos e desenvolvimento com democracia e progresso, mas   respeitando o meio ambiente. Os negros do Brasil e do mundo celebram a oportunidade de avaliar as dificuldades e  os progressos do continente berço da humanidade. Salve 25 de Maio ! Viva a Mãe África.






Fonte: serravallenaafricadosul.blogspot