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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Memórias poéticas

                                                               
                                                                   Eu quero...



          Quero ser livre, quero sair correndo por aí, quero viver em alguma floresta, me afastar da civilização humana. Quero ser o que eu desejo e não o que os outros desejam. Quero andar sobre o rio, sobre as águas purificadas. Quero ouvir a música que sai do violino. Quero viajar pelo mundo inteiro. Quero levar você comigo. Quero ter você para me envolver em seus braços, quero seu mar de beijos em minha face, quero seu coração apertado contra o meu. Quero esquecer o resto, só eu e você. Dois amantes dançando sob a chuva. Quero ter toda a sua atenção, quero aprisioná-lo em meu coração. Quero seu sorriso a todo o amanhecer, quero ser feliz ao seu lado como nunca fora antes. Quero você pra mim.                 


                                                                                                    Zane da Rosa

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Resenha Pat Kovacs- O Grande Pajé




O Grande Pajé é uma coletânea totalmente anárquica e independente, produzida com uma noveleta, que dá o nome ao livro, e mais onze contos. Com a liberdade criativa que apenas um autor autopublicado pode dar ao seu trabalho, no livro se encontra desde textos narrativos mesclados à poesia, até cópia de panfleto, anúncio de jornal e receita gastronômica!

Há algo de religiosidade, regionalismo e brasilidade. Os personagens são reais, podendo ser o vizinho que mora ali na esquina, o pedestre que atravessa a rua lá de cima, a dona que só anda com aquele carrinho de feira, você mesmo e eu também.

Em todos os textos, Cesar Soares panfleta sobre as causas que milita: a Cannabis – pelo seu uso livre como qualquer outra erva – e a exploração animal – desde o consumo da carne e derivados até o uso para suprir a carência afetiva humana.

Este livro não trás uma simples leitura de entretenimento, muito pelo contrário. É uma leitura reflexiva, em que o autor aproveita de uma valiosíssima ferramenta – a Literatura – para expor suas ideias, seus conceitos e ainda ser o palco em que ele defende arduamente aquilo que acredita e trabalha para as mudanças acontecerem.

A seguir, comentarei sobre três contos, sintetizando o espírito da obra.

A noveleta “O Grande Pajé” reconta uma conhecida história do mundo cristão: o nascimento, a vida e a morte de Jesus. Neste texto, a história ganha contexto contemporâneo, mas na concepção de Cesar Soares, o fim é o mesmo, resumidamente: a humanidade continua a ser traiçoeira e hipócrita, e continua a oprimir e matar os seus iluminados, quando estes vem mostrar a questão mais básica e simples que existe, ameaçando o domínio de alguns sobre a massa: que o Poder está em nós.

“Amigo Bicho” tem o mesmo contexto anterior: mostra como, no final, o ser humano pode ser tanto traiçoeiro quanto hipócrita. De todos os contos, este foi o que mais me abalou, por seu final inesperado. Ainda agora, depois de tantos meses que já li o livro, sinto a dor emocional da pobre galinha que acreditava ser de estimação tanto quanto a cadelinha da casa, ficando para o leitor a mensagem: “Por que ama uns e come outros?”

Cesar é de uma admirável coragem quando prega em seus textos e palestras sobre o Veganismo, estando ele no estado mais carniceiro do país, o Rio Grande do Sul. Os textos “Aquele Vitelo”, “Meu Pequeno Tambo” e “O Fígado” aponta escancaradamente para essa questão do consumo desnecessário de produtos e alimentos de origem animal, condenando criaturas, com tanto direito à vida como nós, ao holocausto diário que terminará sempre com uma morte cruel – por mais “humanizada” que os defensores da indústria pecuária queiram fazer parecer. Tudo isso para o quê? Apenas por gula: seja a palatável, seja a consumista. Condena-se um ser a uma subexistência miserável e uma morte dolorosa e cruel por conta de apenas 3 segundos de paladar... E depois ainda querem que Deus alivie a barra quando essa pesa :/

Em “O Homem da Ganja”, o autor aponta a hipocrisia, tanto do Estado quanto dos cidadãos, sobre a criminalização da maconha. Essa questão eu também gostaria de saber: por que a Cannabis é criminalizada e o cigarro não, mesmo com os seus milhares de componente venenosos? Por que o usuário é marginalizado e o alcoólatra é socialmente tolerado? As drogas lícitas não são muito mais letais, inclusive a terceiros?

Com o livro “O Grande Pajé”, Cesar Soares deu a sua contribuição para “salvar o planeta”, como é a sua intenção literária confessada em entrevista. A sua semente plantada virou árvore e deu frutos, e estes estão disponíveis para todos aqueles que quiserem adquirir. Livro de entretenimento? Não tão somente. Livro para reflexão, principalmente.



Por Pat Kovacs em alternativoseindependentes.blogspot





















segunda-feira, 4 de abril de 2016

O Cânhamo e seus benefícios




          Embora seja inevitável pensar em drogas quando ouvimos ou lemos sobre o cânhamo, a verdade é que ele, embora sirva para designar variedades da Cannabis sp., também apresenta inúmeros usos industriais. Calma! Nenhuma das utilidades que vamos descrever está relacionada com o consumo medicinal ou recreativo da maconha.
         Apesar de o cânhamo também ser cultivado para a produção de narcóticos, essa planta é incrivelmente versátil, podendo ser explorada para a obtenção de produtos têxteis, cosméticos e alimentícios, sem contar a sua aplicação na fabricação de plásticos, papéis, biocombustíveis e até na construção civil. E como se fosse pouco, o cânhamo também pode ser empregado para eliminar a poluição do solo.
         Então, que tal deixar o preconceito de lado e conferir alguns usos industriais — e totalmente legais — do cânhamo? Dê uma olhadinha:




*O uso da fibra de cânhamo para a produção de tecidos não é nenhuma novidade, já que existem amostras provenientes da China que datam de 8 mil a.C.! Super-resistente, sua textura é parecida com a do linho, e a fibra pode ser combinada a outros materiais — como o algodão e a seda, por exemplo —, diversificando ainda mais a sua utilização. Assim, o cânhamo pode servir para a produção de jeans, calçados, blusas, camisetas e acessórios.

*O cânhamo contém antioxidantes, ômega 3 e 6 e ácidos graxos essenciais, e suas sementes são ricas em proteínas, ferro e cálcio. Assim, ele funciona como um nutritivo suplemento alimentar, e seu óleo pode ser utilizado na preparação de um sem fim de receitas, tanto de comidas como de bebidas — alcoólicas ou não.



*Companhias na Irlanda e na Holanda já utilizam produtos feitos à base de cânhamo para o isolamento térmico e acústico de casas e edifícios. Além disso, também existe uma variedade de materiais de construção, como um concreto — mais leve, resistente e ambientalmente correto — produzido a partir da substância.

*Assim como acontece com a maioria dos óleos vegetais, o óleo de cânhamo pode ser processado e convertido em biocombustível, cuja queima é menos poluente do que a queima dos combustíveis fósseis. Portanto, além da produção de biodiesel a partir do óleo presente nas sementes e no caule da planta, a parte fibrosa também pode ser empregada para a obtenção de versões quimicamente semelhantes à da gasolina convencional.




*O cânhamo pode ser utilizado na produção de bioplástico, e inclusive existem protótipos de veículos — um deles produzidos por Henry Ford na década de 40 — elaborados a partir desse material. Alguns fabricantes de carros inclusive vêm substituindo painéis e outras peças que costumavam ser feitos de fibra de vidro por versões fabricadas com o cânhamo, e outros usos populares incluem embalagens, potes e utensílios domésticos.

*A utilização do óleo de cânhamo pela indústria de cosméticos ocorre há tempos, e existem inúmeras linhas de produtos — com shampoos, sabonetes, hidratantes para o corpo e rosto, protetores labiais e solares, cremes anti-idade etc. — com essa substância em sua formulação. Além disso, graças às suas propriedades medicinais, o óleo de cânhamo é um anti-inflamatório natural, indicado para tratar problemas de pele como eczema, acne e psoríase.
*Talvez um dos usos mais surpreendentes do cânhamo seja como descontaminante. As plantas podem ser utilizadas para eliminar, estabilizar ou tornar inertes substâncias nocivas presentes no solo — como solventes, pesticidas, metais tóxicos e explosivos. Um exemplo famoso foi a iniciativa de plantar centenas de pés em uma área da Ucrânia afetada pelo desastre nuclear de Chernobyl para ajudar a minimizar os danos provocados pela radiação.




Fonte: megacurioso.com.br