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sábado, 17 de fevereiro de 2018

Partideiro indigesto


José Bezerra da Silva foi um cantor e compositor, considerado o embaixador dos morros e favelas. Em suas músicas, o sambista sempre procurou retratar os problemas sociais das comunidades.
Alguns jornalistas, agora, me fazem perguntas cretinas. E eu respondo cretinamente.
Bezerra da Silva
Ele nasceu no dia 23 de fevereiro de 1927, no Recife, em Permanbuco, e morreu no de 17 de janeiro de 2005, no Rio de Janeiro. De origem humilde, era filho de Hercília Pereira da Silva, que foi abandonada pelo marido quando estava grávida do filho. Quando era adolescente, Bezerra foi expulso da Marinha Mercante e viajou ao Rio de Janeiro para procurar o pai deixar a pobreza de Recife. Na capital fluminense começou a trabalhar como pintor e, por conta de um relacionamento amoroso, foi morar no Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Salvo por um Santo da Umbanda

Malandro é malandro, mané é mané. Bezerra da Silva
Apesar dos trabalhos na construção civil, Bezerra sempre esteve envolvido com a música. Após passar muita dificuldade no Rio de Janeiro, onde chegou a viver como morador de rua em Copacabana e tentar o suicídio, ele disse que foi salvo por um Santo da Umbanda. Depois disso, compôs e gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois. Ao longo de sua carreira foram, aproximadamente, 30 discos lançados.
Algumas de suas músicas mais conhecidas são "Malandragem Dá um Tempo", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Homenagens

Não preciso fazer a cabeça, eu já nasci com ela. Bezerra da Silva
Em 2001, Bezerra se tornou evangélico e, dois anos depois, gravou um CD gospel. Em 2005, ano de sua morte, ele ainda participou de trabalhos com Planet Hemp, O Rappa e Velhas Virgens. Bezerra da Silva faleceu no dia 17 de janeiro, vítima de parada cardíaca, numa segunda-feira, já que sempre dizia que não queria atrapalhar o final de semana dos amigos quando morresse. Depois de sua morte, recebeu várias homenagens como uma feita por Marcelo D2 que, em 2010, lançou o álbum "Marcelo D2 canta Bezerra da Silva".

Fonte: seuhistory.com

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Pena de Morte



 Pra quê pena de morte, doutor?Essa ideia é que me consome
Se o filho do pobre antes de nascer
Já está condenado a morrer de fome
Quando o colarinho branco
Mete o rifle sem dó nos cofres da nação
O senhor não condena ele a morte
E também não lhe chama de ladrão
Nesta hora a justiça enxerga doutor
E protege o marajá
E se por acaso ele for condenado
Tem direito a prisão domiciliar
Pra quê pena de morte?
Pra quê pena de morte, doutor?
Essa ideia é que me consome
Erradíssimo!
Pra quê pena de morte, doutor?
Essa ideia é que me consome
Se o filho do pobre antes de nascer
Já está condenado a morrer de fome
Olha aí eu não estou lhe entendendo, doutor
Onde é que o senhor quer chegar
Foi Deus quem deu a vida a seus filhos
Somente ele é quem pode tirar
Vê se toma um chá de “semancol”
E colabore com o meu brasil novo
Ao invés da pena de morte
Faça uma lei pra ter pena do povo



                                                                        

                                                                         Banzé, Naldinho da Periferia e Zacarias
                                                                    
                                                                         Letra de samba gravado por Bezerra da Silva
                                                                         em seu disco "Partideiro da Pesada" (1991)